Nunca te deixei partir
"Dorme, pequenino, que foste tanto. E espeta-se-me no peito nunca mais te poder ouvir ver tocar. Pai, onde estiveres, dorme agora. Menino. Eras um pouco muito de mim. Descansa, pai. Ficou o teu sorriso no que não esqueço, ficaste todo em mim. Pai. Nunca esquecerei.”
A partir da obra “Morreste-me”, texto avassalador e comovente de José Luís Peixoto, “Nunca te deixei partir” é o relato da morte do pai, a descrição do luto e, ao mesmo tempo, uma homenagem sob a forma de memória redentora. Em palco, 17 atores descrevem a dor sentida pelo filho perante a doença e posterior morte do pai. Formalmente, trata-se de um texto contínuo, aqui repartido por vários monólogos e pequenos diálogos. Procura-se celebrar a vida, o amor entre pais e filhos, os laços afetivos mais puros, sólidos e incondicionais.